Hades esperou séculos pela deusa da profecia destinada a ser sua rainha, estava disposto a conquistá-la. Perséfone faria de tudo para fugir de um casamento imposto contra sua vontade com o terrível Ares o deus da guerra, até mesmo se refugiar no sombrio mundo inferior, onde reside Hades, os dois em meio aquele estranho lugar vão descobrir a profundidade do amor. Hades estará disposto a revelar seus segredos mais sombrios para a amada?
Ler maisNão te gabes de ser adorado por uma mulher que se adora muito.
Pitágoras — Não! Eu não me casarei com aquele ser horrível! Zeus não pode me punir desta forma! — Afrodite exclamou categórica enquanto se jogava nos travesseiros enormes sobre a cama. — Você não deveria reclamar tanto Afrodite, era a única escolha que ele tinha, além do mais você concordou. — lembrei a ela e caminhei até a cama. Afrodite gritou mais uma vez e atirou a bandeja de ambrosia deixada pela serva na parede, um estalo alto se fez ouvir ao atingir a parede. — Você diz isso porque é a protegida de sua mãe Deméter, nunca ninguém iria obrigar você a se casar com aquele monstro do Hefestos! — esbravejou irritada. Seus olhos claros estavam furiosos. Eu a encarei mais uma vez impressionada com sua superficialidade. Eu não entendia o porquê de tanta repulsa de Afrodite, Hefestos não era um sinônimo de beleza isso era um fato, mas era um dos deuses mais gentis que eu havia conhecido muito diferente da maioria dos deuses do olimpo, Hefestos não era cruel, não devia isso ser o mais importante? Ao contrário de Ares, o deus da guerra por quem Afrodite claramente nutria sentimentos, ele era cruel. Sempre disputando com Athena a deusa da sabedoria em batalha, eu me arrepiava só de lembrar das inúmeras brigas e guerras mortais que ele deliberadamente causou. Afastei essas lembranças e voltei minha atenção para Afrodite. — Você pode se apaixonar por ele. — tentei anima-la, mas Afrodite me fitou como se eu fosse louca, como se amar a ele fosse uma insanidade. — Você deve com toda a certeza está fora de si de tanto ficar naquele jardim no meio daquelas flores, estão mexendo com sua cabeça! Eu já sou apaixonada Perséfone! — retrucou se levantando da cama, seus punhos fechados. Eu tive de rir de Afrodite, anos se arrastavam e ela não se decidia por quem casar mas sempre se encontrava com Ares as escondidas pelo Olimpo, depois de Hefestos construir um trono de ouro e ter dado de presente a sua mãe Hera, que todo o caos começou. O trono era uma armadilha que aprisionou Hera, e nem o próprio rei do Olimpo conseguiu liberta-la, Ares que pretendia desposar finalmente Afrodite plantou uma ideia em Zeus seu pai. O homem que liberta-se Hera ficaria com a deusa do amor, Afrodite. Desse modo apaziguaria todas as brigas entre os deuses que a disputavam, tudo para Afrodite era um delicioso jogo de sedução diversos deuses disputando e brigando por ela, mas para Zeus era um verdadeiro inferno ficar nesse meio separando brigas, então quando Ares falou de seu plano ele prontamente o aceitou, vendo a oportunidade de um pouco de paz. E Afrodite vendo o plano engenhoso de Ares concordou certa de que ele venceria. Mas é claro que deu tudo errado, Hefestos subiu o Olimpo sabendo da recompensa e libertou sua mãe logo exigindo seu prêmio, o trono era uma armadilha que somente seu criador poderia desfazer, Ares entregou Afrodite de bandeja a Hefestos com seu plano sem fazer a mínima ideia. Afrodite chorava alto agora se lamentando a todo momento de ter concordado. No fim eu acreditava nela quando dizia que já era apaixonada, por ela mesma. — Afrodite vamos temos que arrumar você. — a chamei trazendo seu vestido de noiva, era o mais lindo que já vi cravejado de lindas pedras preciosas. — Não! Eu prefiro ser jogada no tártaro — A deusa do amor pegou o vestido das minhas mãos e o lançou pela janela, mas antes que ele ultrapassasse parou no ar imobilizado diante de nossos olhos. Calmamente ele flutuou até ser deitado na enorme cama de dossel. Hera era a responsável por aquilo. Olhamos para a entrada do quarto e a rainha do Olimpo estava parada com seus longos cabelos negros caindo aos ombros, seus olhos azuis gelados nos fitavam enquanto com a mão estendida fazia flutuar um colar de esmeraldas que cintilavam intensamente sobre o vestido estirado na cama. — Vista-se seu noivo está esperando por você, o colar é um dos inúmeros presentes que ele tem guardado para a esposa, já que ele é o ferreiro mais habilidoso que existe. — anunciou seu olhar fixo em Afrodite, um segundo depois se retirou sem olhar nenhuma vez para mim. Olhei para Afrodite, os cabelos loiros emaranhados ao redor dela, a pele pálida como as nuvens, lábios vermelhos e olhos azuis vivos, mas com vestígios de choro recente. Ela me encarou de volta e suavemente repousou o olhar sobre o colar em cima do vestido, os dois juntos faziam um belo par, uma beleza estonteante. — Ao menos ele faz belas joias! — anunciou e com um estalo de dedos o vestido apareceu em seu corpo juntamente com o colar. Era realmente a deusa da beleza e do amor, pensei porque estava muito bela, sua beleza era ofuscante até para mim que era igualmente como ela uma deusa. O grande salão do Olimpo reluzia com todo o ouro, eu e minha mãe fizemos florescer as mais belas flores que existiam nos vasos adornados do salão, o cheiro delicioso das flores me dava vontade de dançar, todos os deuses estavam reunidos com suas vestes brilhantes de joias, seus tecidos finos do melhor tecido, as deusas cintilavam de beleza, mas ninguém brilhava como Afrodite. A cerimônia estava tão linda, eu abracei minha mãe tomando meu lugar a seu lado e me vi sonhando com o dia do meu próprio casamento, no centro do salão se encontrava Hefestos com lindas roupas, seu rosto demonstrava sua ansiedade a espera da noiva, atrás dele sentado ao trono Zeus, ao seu lado sua rainha Hera. Hera exibia sua habitual expressão fria e impassível. — Um dia será o seu. — Deméter leu minha expressão. Sorri para ela animada e um pouco constrangida também porque ela percebia muito fácil o que eu pensava. Depois de alguns segundos Apolo parou ao nosso lado, seu cabelo dourado como o sol reluzia fazendo uma combinação extraordinária com o ouro do salão, seus olhos lembravam um por do sol, usava uma linda túnica dourada presa a um cinto finamente adornado de diamantes. Sorriu para mim revelando seus dentes perfeitos, meu coração acelerou. — Você cresceu Perséfone. —pronunciou e senti meu rosto queimar. — Olá Apolo, onde está sua irmã Ártemis? — minha mãe perguntou fitando Apolo que não desviou o olhar de mim, nem do decote do meu vestido. — Não faço ideia. — respondeu ainda sem olhar. — Então porque não toca uma música para nós ? — sugeriu minha mãe. — Eu adoraria ouvir você cantar e tocar. — afirmei corada diante de seu olhar persistente, não que eu não estivesse gostando, mas era tão intenso a forma que ele olhava, diria até que era inapropriada. Apolo assentiu e se afastou indo em direção aos instrumentos e os músicos. Logo uma melodia se formou, sua voz cativante invadiu o salão e o meu coração também. — Pare de olhar ele dessa forma apaixonada Perséfone! — minha mãe me repreendeu e me senti envergonhada. A porta do salão se abriu e todos se viraram para olhar a bela Afrodite entrar brilhando mais que o sol, mas logo se chocaram mais com quem a conduzia do que com seu vestido de calda longa revestido de joias brilhantes, seu colar de esmeraldas combinava perfeitamente com ela, com certeza Hefestos havia feito pensando coisas lindas sobre ela. Ao seu lado a levando para seu futuro marido estava o belo Ares com toda sua aura intimidadora, vestia sua armadura com sua capa vermelha com o sangue dos homens que havia matado em batalha, com toda a certeza queria intimidar Hefestos. Não que isso estivesse funcionando. Hefestos não parecia intimidado nem incomodado, sorria radiante com sua noiva caminhando até ele, Afrodite por sinal também sorria, mas um sorriso vaidoso com todos os olhares fixos nela. Suspirei enquanto Afrodite caminhava até seu futuro marido, Zeus se levantou do trono esperando Afrodite chegar, uma última olhada Afrodite deu a Ares e segurando sua mão o mesmo a entregou a Hefestos que sorria timidamente. Afrodite o olhou com visível desprezo, eu torcia internamente para que ele não houvesse notado. Antes que Zeus pronunciasse suas palavras de união matrimonial o salão foi invadido por uma densa névoa negra e gelada que não se dissipava.. Deméter segurou minha mão apertado e eu senti calafrios por todo meu corpo.. Uma sensação estranha me percorreu, um frio na barriga, uma sensação de não saber o que esperar, aquilo era medo notei. Medo do desconhecido. Eu jamais havia sentido isso antes. — Então ele veio! — Hermes exclamou ao nosso lado com entusiasmo. A um segundo atrás ele não estava ali, mas sempre era assim com ele sendo um deus extremamente veloz ele surgia sem se quer ser notado. — Vamos embora agora, conheço bem essa névoa negra! — Deméter tentou me puxar para fora do salão mas algo nos parou no meio do caminho. No meio do salão diante de todos vindo do chão um homem surgiu. Um homem inacreditavelmente alto, vestia-se com vestes negras como a noite mais escura, e sua pele pálida constatava com o tom das vestes, segurava com confiança o que parecia ser um garfo gigante que brilhava intimidante. Sua aura ao seu redor era completamente lúgubre. Usava um elmo brilhante sobre o cabelo que descia longo por seus ombros fortes, eram como ondas negras, seus olhos eram cinza intensos e analisavam todos no salão demoradamente, por fim seu olhar repousou em mim. Sustentei meu olhar apesar de o burburinho ter começado no salão e meu próprio coração bater enlouquecido. Seus olhos se voltaram para Zeus a sua frente. — Creio não ter sido avisado a tempo da cerimônia, mas aqui estou. — esclareceu com sua voz grave, percebi um sorriso de canto diante dos rostos chocados dos deuses ao redor. Eu tinha certeza que ninguém o queria ali, isto era óbvio. Apesar de nunca o ter visto pessoalmente pelos rostos chocados presumi estar diante de Hades, o deus do submundo. — Você é bem vindo Irmão. — a voz de Zeus ressoou alta diante dos murmúrios dos deuses do salão. — Era exatamente o que eu esperava irmão. — pronunciou Hades o deus dos mortos. Nota do autor. A imagem do capítulo retrata a deusa Afrodite, deusa do amor, da beleza e da sexualidade, nascida da espuma do mar quando o titã Cronos foi derrotado seu esperma caiu no mar e surgiu Afrodite.Hermes respondeu ao meu beijo de imediato me envolvendo em seus braços com firmeza.Seu abraço era tão quente e confortável que eu me senti acolhida e naquele instante percebi o quanto sentia falta daquilo, de um momento a dois assim com alguém que quisesse estar assim comigo.Hermes entreabriu meus lábios paciente e eu os abri mais para ele, beijando seu lábio inferior, saboreando cada pedacinho dele e daquele momento.Estava gostando muito mais do que acreditei que poderia gostar, seus braços se estreitaram ao meu redor e o calor que emanava dele era uma benção.Ultimamente tudo parecia estranhamente frio para mim, toquei seu rosto e levei minhas mãos em seus cabelos macios.Horas ou minutos poderiam ter se passado eu não sabia, não estava mais me sentindo consciente do tempo enquanto estava em seus braços e só voltei a mim quando o vi me afastar delicadamente mas firme. - Não me afaste.- sussurrei para ele agora nós estavamos na penumbra da coluna envolto em uma fina escuridão.Env
Depois de algum tempo abraçada a ele o senti me desvencilhar de si lentamente e seus olhos ficaram fixos nos meus.Ficamos parados nos olhando e eu imaginei o que ele estava pensando e quanto de dor ele escondia atrás daqueles olhos tão bonitos.Queria fazer carinho em seu rosto e percebi o quanto eu me senti culpada pelos horrores que eu imaginava que o havia feito passar sem dúvida.- Você está diferente sabia.- ele falou de repente e suas envolveram-me pela cintura, de repente eu me dei conta do que ele queria dizer com aquele comentário. Estávamos grudados agora um no outro e quase pareciamos um casal.Me afastei bruscamente não querendo passar uma impressão errada para ele. Era a última coisa que eu gostaria.- Se eu soubesse que você ficaria tensa assim não teria dito nada.- murmurou.- Me desculpe Hermes.-falei.- E voltou novamente as desculpas, pelo que você pede desculpas de
Respirei fundo ciente de que não poderia mais continuar chorando daquela forma, tudo estava desmoronando ou melhor havia desmoronado.Senti falta de Hermes que havia saído do quarto, Hades não voltou para falar mais nada e realmente eu desejava que não retornasse.Afinal ele havia deixado claro que não me queria aqui no fim das contas, olhei ao redor para o quarto que sempre achei tão bonito, encarei o dossel da cama ciente de que provavelmente não o veria mais.Agora eu sentia-me uma intrusa aqui completamente indesejada, um estorvo para o deus reinante desse lugar.Feria-me profundamente saber o quanto ele me achava incapaz, como me via interior a ele e eu desejava veementemente odia-lo e conseguia até sentir raiva dele mas não conseguia manter isso por tanto tempo.O amor que eu sentia acabava por ultrapassar meu orgulho e dignidade percebi com total tristeza.Eu era uma deusa que não tinha mais orgulho ou amor próprio porque em vez de partir no instan
O mortal Páris príncipe de Tróia se aproximou com o olhar altivo e determinado, ele não pareceu ter medo ao me ver mas ainda sim se ajoelhou diante de mim em sinal de respeito.A maioria das almas mortais tremiam de medo ao me ver mas não vi medo nele.Então era ele que causava toda aquela divisão entre os juízes? Fazia sentido, e eu apostava que Minos havia sido rápido em condena-lo já que ele carregava nas costas a queda de Tróia e quantas almas não estavam aqui agora por causa de seu amor proibido.Os danos por seus atos impensados eram eram completamente catastróficos e isso com certeza para Minos e Radamanto era mais que o suficiente para condena-lo.Era um caso difícil que tinhamos pela frente logo vi, olhei para Éaco e vi em seus olhos que não desistiria de dar uma boa eternidade ao príncipe sem lutar.- Levante-se príncipe e aproxime-se.- murmurei e ele se levantou se aproximando.Minos encarou com cólera é claro se sentindo desafiado por Éaco, ele g
HadesEncarei os olhos de Perséfone sentindo o quanto ela me odiava e eu compartilhava de seu sentimento, eu também me odiava profundamente por toda a dor que eu a causei, sai do quarto e vi parado no corredor Hermes encostado na parede. Como eu imaginei ele não conseguia ficar longe dela por muito tempo embora não parecesse ele mesmo certas coisas nunca mudavam.- Porque não diz a verdade a ela? - indagou ele para mim.A verdade era muito perigosa para ela e mesmo assim eu sabia que minhas motivações não justificavam meus atos.O pior de tudo é que mesmo que ela entendesse meus motivos de te-la impedido de ir ao Tártaro eu corria o risco de receber seu perdão.Eu não queria que ela desejasse ficar aqui onde Érebos o deus primordial das trevas pudesse alcança-la, só de imaginar ele tocando nela eu me sentia completamente destruído.A força de Érebos era da escuridão e essa escuridão
Encarei Hermes tentando assimilar o significado de suas palavras que me pareciam cruéis demais para que pudessem ser verdadeiras.Tudo isso era cruel demais.- Eu dormi por muito tempo?- perguntei.- Não, três dias só mas foram suficientes para Athena e Hera se unirem para a destruição dos Troianos, Hécate pelo o que Apolo me contou fez de tudo para impedir mas não conseguiu, Apolo e Afrodite não chegaram a tempo de impedir Athena.- revelou ele e vi minhas mãos tremerem sobre as cobertas.- Não.- murmurei sem ar para ele.Não.Isso não estava acontecendo.- Você fez tudo o que pôde, mas acho que era o destino daquela cidade.- respondeu Hermes parecendo conformado.Voltei a olhar para ele.- E seu filho na mansão? E Kira?Seus olhos se tornaram tristes demais e deduzi que estavam mortos.Ele não respondeu minha pergunta mas não p
Último capítulo