Isadora sempre foi uma mulher reservada e focada em sua carreira. Determinada, inteligente e dona de uma beleza misteriosa, nunca permitiu que distrações atrapalhassem seus objetivos. Mas tudo muda em uma noite no luxuoso salão de um hotel, onde um desconhecido de olhar intenso e charme irresistível desperta nela um desejo incontrolável. Dominic Montgomery é o tipo de homem que consegue tudo o que quer. Poderoso, sedutor e acostumado a estar no comando, ele vê em Isadora um desafio irresistível. O encontro deles é explosivo, uma noite de prazer avassalador sem nomes, sem compromissos. Apenas desejo puro e insaciável. Mas o que deveria ter sido apenas uma lembrança ardente do passado se torna um dilema inesperado quando Isadora começa em seu novo cargo estratégico — e descobre que Dominic é um dos executivos mais influentes da empresa. Ele a reconhece imediatamente, e desde esse momento, está decidido a tê-la novamente. Isadora tenta resistir, sabe que se envolver com ele pode colocar tudo a perder. Mas como ignorar o desejo que a consome sempre que ele está por perto? Como fugir de um homem que parece conhecer cada um de seus pontos fracos? O que ela não sabe é que Dominic guarda um segredo. Um noivado arranjado, uma obrigação imposta pela família. Mas estar com Isadora faz com que ele queira quebrar todas as regras e colocar tudo em risco. Entre encontros proibidos, um jogo perigoso de poder e uma paixão que ameaça engolir ambos, Isadora e Dominic precisarão decidir até onde estão dispostos a ir para ficarem juntos. Em um universo onde desejo e controle se misturam, quem realmente domina quem?
Ler maisO som incessante dos flashes e microfones ecoava pela entrada principal da Alcântara. Repórteres se amontoavam como abutres à espera de carniça, bloqueando completamente a passagem de funcionários e executivos. As manchetes já haviam tomado conta da internet, manchetes que colocavam em xeque a credibilidade da empresa… e, mais grave ainda, a de Isadora e Dominic.“CEO em escândalo de relacionamento com diretora”, “Relação íntima compromete decisões da diretoria”, “Alcântara em crise ética”.Do alto do prédio, Dominic observava tudo pela janela de vidro, a mandíbula cerrada. Ao seu lado, Isadora sentia o peso do momento como um soco no estômago. Eles haviam sido expostos, jogados aos lobos, e a matilha estava faminta.— O conselho marcou uma reunião para daqui a uma hora — disse Dominic, rompendo o silêncio. — Querem nos ouvir… ou nos julgar.— E você acha que ainda há espaço para diálogo? Eles querem sangue, Dominic.Ele respirou fundo, controlando a raiva.— Eles vão tentar nos afast
O telefone ainda ecoava em sua mente mesmo após a ligação ter sido encerrada. A voz distorcida, fria e ameaçadora, parecia ter deixado uma marca na alma de Isadora.“Hora de decidir de que lado você está.”Dominic estava sentado à frente do computador, olhando fixamente para a tela. O pen drive havia sido inserido, mas os arquivos estavam protegidos por uma criptografia pesada.Na tela, apenas uma frase: “A verdade tem preço. Está pronta para pagá-lo?”— Isso é uma armadilha — disse Dominic, mantendo o tom baixo e grave. — Qualquer passo em falso, e tudo pode explodir na nossa cara. Literalmente.Isadora se aproximou, apoiando-se no encosto da cadeira.— Eu sei. Mas não temos escolha, Dominic. Estamos dentro até o pescoço. E se pararmos agora, todo esse inferno vai ter sido em vão.Ele a olhou por um instante. Havia cansaço, frustração, mas também algo mais forte: lealdade.— Então vamos até o fim — ele disse. — Mas juntos.⸻Horas depois, estavam reunidos em um coworking discreto, co
A mensagem piscava no visor do celular como um aviso silencioso: “Se quiser saber quem realmente está por trás de tudo, venha sozinha.” Junto, um arquivo de áudio curto e uma localização marcada em um galpão industrial na zona norte de São Paulo.Isadora leu e releu a mensagem. O áudio era uma distorção metálica, uma voz irreconhecível que dizia:“Você chegou longe demais. Está perto da verdade. Mas cuidado, há mais em jogo do que imagina.”O frio que percorreu sua espinha não era só medo — era instinto. Algo estava sendo escondido, e aquele alguém anônimo parecia saber muito mais do que deixava transparecer.— Dominic não pode saber — murmurou para si mesma, desligando o celular e escondendo-o no bolso.Ela se aproximou de Dominic, que dormia no sofá com o rosto cansado, o corpo exausto de tantas batalhas. Isadora hesitou. Queria acordá-lo, contar tudo. Mas sabia que ele tentaria impedi-la — e essa era uma escolha que precisava fazer sozinha.Vestiu um sobretudo, prendeu os cabelos e
A tempestade caiu com força naquela noite.Relâmpagos cortavam o céu de São Paulo, enquanto a cidade parecia segurar a respiração. Isadora olhava pela janela da cobertura, as mãos cruzadas sobre o peito. Ao fundo, o noticiário ainda exibia imagens do escândalo. Ela não conseguia desligar a televisão — era como se precisasse manter os olhos no inimigo.Dominic veio por trás, abraçando-a pela cintura.— O jurídico já está com os arquivos que seu pai entregou. Amanhã, às oito, temos a perícia e a coletiva de imprensa às onze.Ela assentiu.— Ainda não consigo acreditar que ele… — sua voz falhou — …me vendeu por dinheiro.— Ele te perdeu duas vezes. A terceira é definitiva — Dominic disse, com o tom grave. — E Marcos não vai sair impune disso.O som de uma notificação interrompeu o momento. Era uma mensagem de Bruna, a assessora jurídica.Bruna: Temos um problema. O técnico que faria a perícia sofreu um acidente agora há pouco. Está em estado grave.— O quê? — Isadora disse em voz alta, s
A manhã seguinte amanheceu com nuvens pesadas no céu — um presságio quase simbólico para o que viria. O vídeo de Isadora, supostamente manipulando informações confidenciais da Alcântara, vazou para a imprensa antes mesmo que a equipe jurídica pudesse agir.As redes sociais explodiram. Manchetes se multiplicaram em segundos.“Nova CEO da Alcântara acusada de fraude!”“Vídeo mostra Isadora Monteiro em suposto acesso ilegal.”“Escândalo no império Alcântara: traição interna?”Na sede da empresa, uma multidão de repórteres se aglomerava em frente às portas de vidro. Câmeras apontadas, microfones erguidos como lanças.Isadora chegou cercada por seguranças, a expressão tensa, mas firme. Usava um blazer escuro e os cabelos presos em um coque alto. Ao seu lado, Dominic, de queixo erguido, parecia pronto para uma batalha.Antes de entrarem, ela parou. Virou-se para os jornalistas. Precisava tomar controle da narrativa.— Vocês terão todas as respostas. Mas eu não vou me esconder. A verdade sem
O carro preto avançava pelas ruas desertas da Zona Norte, cortando a madrugada como uma flecha silenciosa. Dominic estava no banco da frente, ao lado de Cael, enquanto dois homens armados ocupavam o banco de trás. A tensão era palpável.— Galpão 27, próximo ao antigo terminal ferroviário — disse Cael, consultando o GPS. — A localização foi confirmada pelo drone da equipe. O sinal do celular da mãe da Isadora ainda está ativo.Dominic cerrou os punhos.— Quando isso acabar, eles vão desejar nunca ter tocado em quem eu amo.O galpão surgiu à frente como uma sombra ameaçadora. Portões enferrujados, paredes pichadas, janelas quebradas. Um lugar ideal para esconder um crime.Os homens da segurança se posicionaram, silenciosos e treinados. Dominic respirou fundo. Seus olhos estavam frios, mas por dentro, o medo era um incêndio. Ele não podia falhar.— Entrada pelos fundos. Evitem disparos até ter certeza da localização da refém — disse Cael pelo comunicador.Dominic avançou com passos firme
Isadora ainda encarava os arquivos do Projeto Héracles no monitor, a mente processando em alta rotação os nomes, valores e datas. Cada linha era uma revelação, uma peça do quebra-cabeça que ela e Dominic tentavam montar havia meses — ou, talvez, desde a primeira noite naquele hotel em que tudo começou.— Se expusermos isso — disse ela, virando-se para Dominic —, não será apenas o fim da farsa de Marcos. Vai arrastar uma rede de gente poderosa com ele. Empresários, políticos, até membros do conselho da Alcântara.Dominic assentiu, os olhos frios como gelo.— É exatamente por isso que precisamos ir até o fim. Eles não vão parar enquanto não nos destruírem. Chegou a hora de revidar.O casal marcou uma coletiva de imprensa para o dia seguinte. A notícia sobre o escândalo já estava em todos os canais, mas agora eles mostrariam as verdadeiras provas — os dados que desmontavam a narrativa falsa plantada por Marcos, Helena e seus aliados.Mas a tranquilidade durou pouco.Naquela mesma tarde,
O oficial de justiça chegou cedo, antes mesmo do café estar pronto. Vestia um terno cinza engomado, a expressão séria, como se a missão que carregava fosse grande demais para ser suavizada com gentilezas.— Dominic Vasconcellos e Isadora Leal? — perguntou, erguendo os olhos do envelope timbrado.— Sim. — Dominic respondeu, saindo do elevador ao lado de Isadora.— Vocês estão oficialmente intimados. Trata-se de um processo criminal envolvendo gestão fraudulenta, evasão fiscal e lavagem de dinheiro, todos supostamente praticados dentro da Alcântara Group.Isadora pegou o envelope com as mãos trêmulas, o coração batendo como um tambor em um desfile de guerra.— Isso é absurdo. — Ela sussurrou.— As provas estão anexadas à petição inicial. Audiência marcada para daqui a cinco dias úteis. E, por orientação, sugiro que vocês contratem advogados imediatamente.O homem partiu tão rápido quanto chegara, deixando para trás um vazio sufocante no hall do prédio.Dominic abriu o envelope ali mesmo
O silêncio dentro do escritório de Dominic era denso, sufocante. A gravação recém-encontrada estava pausada no notebook sobre a mesa. Era um arquivo de áudio, oculto entre documentos antigos, protegido por uma senha que só alguém muito próximo teria acesso. Alguém como Cael.Dominic e Isadora estavam lado a lado, fitando a tela como se ela pudesse, de repente, explodir em mil verdades.— Está pronto? — Isadora perguntou, a voz tensa.— Nunca estive menos preparado na vida — Dominic respondeu, pressionando o botão de play.A gravação começou com ruídos de fundo: passos, uma cadeira sendo arrastada, uma respiração ofegante. Então, a voz de Cael, firme, mas estranhamente melancólica, ecoou pela sala.— Se você está ouvindo isso, Dominic, é porque já descobriu. Não vou justificar o que fiz, porque não há desculpa boa o suficiente. Só quero que saiba que não foi só ganância. Foi também dor. Raiva. E um pouco de justiça, pelo que fizeram com a minha família…Isadora trocou um olhar confuso