Após três anos de casamento, Ana Ramos atinge seu limite. Cansada de ser constantemente preterida por Pedro, que coloca as necessidades de sua amiga de infância, Sofia Almeida, acima de tudo, Ana decide que não há mais esperança para seu relacionamento. As constantes interrupções de Sofia, que vão desde pequenos favores até dramas pessoais urgentes, sempre resultam em Ana sendo deixada de lado, com seus próprios sentimentos e planos ignorados. Em uma manhã decisiva, após mais uma noite em que Pedro correu para atender a um chamado de Sofia, Ana parte sem olhar para trás. Sem um destino certo, mas com a certeza de que precisa se reencontrar, ela embarca em uma jornada de autodescoberta. Longe da sombra sufocante do passado, Ana finalmente respira. Ela redescobre paixões adormecidas, constrói novas amizades e, inesperadamente, encontra uma segunda chance no amor. Mas será que ela está pronta para se entregar novamente, ou as cicatrizes do passado ainda a impedirão de ser verdadeiramente feliz e amada?
Ler maisO relógio na parede da sala marcava 20h30.
Ana Ramos, vestindo um elegante vestido azul-marinho, ajeitou a toalha de mesa de linho e acendeu as velas que adornavam o centro da mesa. A louça especial completava o cenário para uma noite muito especial, para celebrar 3 anos de casamento, tudo estava brilhando e bem decorado, um cuidado extra que ela havia planejado para agradar o seu marido. O aroma do risoto de cogumelos, o favorito de Pedro, que ela havia preparado com tanto carinho perfumava o ambiente, ele sempre elogiava seu talento na cozinha , não imaginava o quanto Ana treinou e estudou para cozinhar para ele. Como era o terceiro aniversário de casamento dela com Pedro Ramos, ela havia planejado tudo nos mínimos detalhes. Só não contava com o atraso de uma hora dele, não atendeu suas chamadas, não telefonou, não enviou uma mensagem, o que teria acontecido para atrasar tanto a sua chegada. De repente, a chave girou na porta e Ana sorriu, preparando-se para a surpresa. A porta se abriu, revelando Pedro, mas não sozinho. Ao seu lado, uma mulher de cabelos castanhos curtos e olhos arregalados se encolhia ligeiramente. Era Sofia Almeida, a amiga de infância de Pedro, uma mulher que Ana conhecia muito bem e já imaginava o que aconteceu para ele se atrasar. Era sempre assim, Sofia chamava e Pedro deixava tudo por ela. Os dois cresceram juntos e sua história era cheia de altos e baixos, até que 5 anos atrás Sofia foi para o exterior em um intercâmbio profissional. O rompimento dos dois deixou Pedro muito triste, ele passou a beber e ficar até tarde da noite nas ruas, em boates e bares durante um ano inteiro. Sua mãe preocupada apresentou Ana, filha de uma conhecida, para sua alegria Pedro começou a conversar com ela e logo anunciaram o compromisso. Depois de 1 ano de namoro eles decidiram se casar. Tudo ia bem e a harmonioso no casamento dos dois nos 3 anos seguintes, até que 6 meses atrás ela retornou. Desde o primeiro dia, para tudo ela chamava o Pedro e ele corria para vê - la sorrir. E mais uma vez, hoje não foi diferente. Ana falou com um sorriso que murchou ligeiramente: _ Pedro! Que bom que você chegou! E... Sofia? Pedro estava visivelmente constrangido, mas tentando parecer casual: _ Oi, meu amor! Feliz aniversário para nós! Desculpa o atraso, tive um imprevisto. Esta é a Sofia, você se lembra, né? Sofia tentando parecer frágil falou com uma voz baixa e um pouco trêmula: _Oi, Ana. Desculpa a invasão. Apesar de estar decepcionada, Ana tentou manter a calma e olhando de Pedro para Sofia, uma sobrancelha levantada, disse: _Imprevisto? No nosso aniversário de casamento? Passando a mão na nuca, Pedro tentou argumentar e justificar a situação: _É que... o apartamento da Sofia ficou sem energia. Um problema sério, parece. Ela me ligou quando estava saindo do escritório e ela tem pavor do escuro, você sabe. Não podia deixá-la sozinha, Ana. Ela estava apavorada. Respirando fundo, Ana perguntou: Pavor do escuro? Pedro, hoje é o nosso aniversário. Eu preparei um jantar especial, só para nós dois. Ainda encolhida, com os olhos marejados, Sofia aproveitou a chance de parecer frágil na frente de Pedro: Eu juro que tentei resolver, mas não consegui. E eu realmente morro de medo do escuro, Ana. É irracional, eu sei, mas... Intervindo, a voz um pouco mais firme Pedro, encarou Ana com uma advertência no olhar: _A Sofia precisava de ajuda. Não tinha como eu deixá-la desamparada. Ela é minha amiga de infância. O que você queria que eu fizesse? Antes que Ana pudesse responder ele cortou com uma voz dura: _Traga mais um prato e vamos jantar, estamos famintos, não adianta discutir mais. Então voltando-se para Sofia, a voz suavizou: _ Depois do jantar, a Ana vai arrumar o quarto de hóspedes para você descansar e dormir. Olhando para Sofia, depois para Pedro, Ana não teve reação, ficou paralisada tentando assimilar como seu jantar de aniversário de repente havia se tornado uma confraternização entre amigos. Ela voltou a olhar para Pedro, a decepção clara em seus olhos pensando 'Pedro, eu só... esperava um pouco mais de consideração hoje.' Pedro alheio ao olhar da esposa, começou a servir comida no prato de Sofia, sua gentileza neste momento era como uma faca sendo cravada no coração de Ana. Será que sempre seria assim? Com um suspiro pesado, olhou o brilho das velas agora parecendo mais triste, Ana se virou e caminhou em direção à cozinha, seus ombros ligeiramente curvados. Pedro levantou um olhar culpado na direção em que Ana saiu pensando se deveria se desculpar mais uma vez, mas nesse momento Sofia o chamou falando o quanto o risoto estava gostoso. Da cozinha, Ana podia ouvir os risos e a conversa animada sobre as suas memórias antigas, era sempre assim quando eles se reuniam. Sofia falava de várias histórias e deixava Ana fora da conversa, por mais que tentasse entrar era o mundo deles, apenas os dois, ninguém mais tinha acesso. Depois de vinte minutos lá estavam eles em mais história antiga, quando Pedro percebeu que Ana não havia retornado para a mesa. Uma sensação incomoda começou a pressionar o peito, então decidiu ir até a cozinha para descobrir o motivo do atraso. Dessa vez, apesar de tentar, Sofia não conseguiu distrair Pedro e ele se levantou indo buscá-la, ao adentrar na cozinha encontrou Ana lavando a louça e organizando tudo. Confuso com a cena, perguntou: _ Ana o que você está fazendo? O jantar está esfriando vem, vem logo comer! Os movimentos ágeis continuaram enquanto a cozinha retorva ao seu estado impecável de limpeza, com os pensamentos acelerados Ana não queria responder, eram 6 meses de frustração se sobrepondo e ela estava tentando ser compreensiva e racional. Pedro insistiu: _ Vamos! para com isso, não fiz por mal! Tentei ligar para outras pessoas para recebê-la, mas não havia ninguém. Sinto muito, mas não há o que fazer! Venha, não faça isso com o Sofi! _Ha! Nesse momento toda a paciência e calma se foram, Ana estava tentando deixar para lá e seguir a noite, mas ela devia pensar na Sofi!Após a Cerimônia de casamento, Jéssica levou Lily consigo e Ana e Rafael partiram para sua noite especial. A noite de núpcias foi em uma praia deserta, acessível apenas pelo Serena. Sob o dossel cintilante de estrelas, eles armaram uma barraca simples. A areia macia era o chão, e o som das ondas, a canção de ninar. Rafael acendeu uma fogueira pequena, e o calor das chamas refletia em seus olhos apaixonados.Com a brisa do mar beijando suas peles, eles se despiram lentamente, seus corpos revelados à luz da fogueira e das estrelas. Cada toque, cada carícia era uma celebração. Os beijos eram lentos e profundos, explorando cada curva, cada centímetro da pele um do outro. A areia macia sob seus corpos, o céu imenso acima, o som hipnótico do oceano – tudo conspirava para tornar aquele momento mágico. Eles se entregaram um ao outro com uma paixão avassaladora, corpos e almas se unindo em um ritmo ancestral, um hino ao amor. Os gemidos e sussurros se perderam no imenso azul escuro, enquanto s
Num dia cinzento Sofia foi encaminhada para a maternidade. O motorista entrou no estacionamento subterrâneo do prédio. Ao chegar, percebeu que toda a equipe médica, que a esperava, havia sido orientada para realizar o procedimento rapidamente, sem a demora ou a espera que normalmente precedem um parto. Todos tinham a mesma expressão doa empregados da mansão. A sensação de estar sendo observada, apressada, era sufocante.Assim que o bebê nasceu, um menino saudável e forte, ele foi imediatamente entregue a Pedro. Não houve um momento sequer para Sofia segurar seu filho, para o primeiro contato pele a pele. Ela estava sedada. Pedro o segurou com um misto de estranhamento e possessão, decidiu viver por ele e providenciar uma boa vida a esta criança que teve o azar de ter Sofia como mãe, mas que seria recompensada de alguma forma, com todas as forças de Pedro, enquanto a equipe médica seguia as instruções, o bebê foi examinado e alimentado.Então, Pedro, ao lado do Dr. Almeida, o médico q
Ana e Rafael seguiram seus dias cuidando um do outro, aprendendo sobre si mesmos. Gostos, vontades, sonhos e expectativas. Aos poucos a convivência diária os tornou cúmplices e logo se tornaram inseparáveis. Os laços criados sob o carinho genuíno e o respeito inabalável, começaram a florescer seu relacionamento.No meio da agitação dos eventos, entre a entrega de um bolo e a organização de um coquetel, bastava um olhar cúmplice, um sorriso malicioso de Rafael, e Ana sabia que era hora de uma pausa... às vezes bem particular. Naquele dia, enquanto o Serena abrigava um evento de confraternização de uma empresa, Ana e Rafael se encontraram em um dos corredores. Os olhos de Rafael faiscaram, e ele a puxou para a sua cabine, a porta se fechando suavemente. Lá, entre o balanço do barco e a música abafada do evento, eles se entregaram à paixã mais uma vez._ Rafa... Rafael, precisamos voltar!_ Só mais um beijo!Mesmo tentando chamar sua atenção, Ana voltou e lhe deu mais um, era sempre ass
O sol da manhã invadiu a sala de jantar da mansão, pintando o ambiente com uma falsa normalidade que contrastava brutalmente com a noite anterior. Sofia desceu as escadas, os olhos inchados, a mente nublada pela cena que a assombrara durante toda a madrugada. Seu corpo ainda tremia de humilhação e raiva.Pedro já estava à mesa, folheando um jornal com tranquilidade. A falsa Ana não estava presente, e o alívio momentâneo de Sofia foi rapidamente substituído por um terror gélido ao vê-lo sorrir para ela, um sorriso que não alcançava seus olhos.Pedro com uma voz incrivelmente doce, quase melodiosa, como se nada tivesse acontecido._ Bom dia, minha querida. Dormiu bem?Sofia não conseguiu responder. A voz que ela ouvira gemer de prazer com outra mulher horas antes, agora falava com uma doçura arrepiante.Pedro, como se não tivesse notado seu silêncio, virou-se para a barriga de Sofia e começou a falar com o bebê, um tom carinhoso e protetor em sua voz._ Bom dia, meu campeão! Papai está
A casa de Ana fervilhava com os aromas do jantar. A torta que Lily tanto amava estava sobre a mesa, carne assada e uma salada fresca colorida. Rafael e Lily chegaram, e a pequena correu para abraçar Ana._ Tia Ana! Que saudade! O tio Rafael demorou muito pra me buscar!Ana riu, abraçando Lily. _ Ah, é? Mas o importante é que vocês chegaram. O jantar já está quase pronto.A refeição foi leve e divertida. Rafael e Ana trocavam olhares cúmplices, pequenos sorrisos e toques discretos que não passaram despercebidos por Lily, que parecia absorver cada detalhe da interação entre eles. Eles conversavam sobre o dia, sobre os planos para o Serena e sobre as novas criações da Doce Sabor. O ambiente era de pura harmonia e carinho, como uma família que sempre esteve junta.Após o jantar, enquanto a noite começava a cair, os três estavam no quintal. Rafael e Ana sentados na varanda, e Lily brincando com uma bola de futebol. O ar de Flecheiras estava ameno, e o som das ondas ao longe criava uma tr
No dia seguinte, a casa de Ana cheirava a frutas vermelhas e especiarias. O sol da tarde entrava pelas janelas da cozinha, iluminando o ambiente aconchegante. Rafael chegou pontualmente, com aquele sorriso que desarmava qualquer resistência. Trazia flores, lindas e perfumadas. _ Capitão presente para a degustação, senhora confeiteira, ele disse, encostando-se na porta da cozinha, observando Ana que estava concentrada em bater um creme. O leve movimento do corpo o fazia pensar nos momentos íntimos, essa mulher despertava nele uma necessidade física que ia além da compreensão, nunca estava satisfeito. _ Capitão, seja bem-vindo!, ela respondeu, sem se virar, mas com um sorriso que ele podia sentir. _ A torta ainda está no forno, mas temos umas 'amostras' de creme para provar. Rafael se aproximou, e o cheiro de baunilha e frutas vermelhas invadiu seus sentidos. Ele pegou uma colher e mergulhou no creme que ela preparava. _ Hmm... delicioso. Mas acho que está faltando um ingrediente s
Último capítulo