Romance interracial e altamente sensual, uma trama instigante e comovente sobre o encontro de duas vidas completamente opostas, mas que se unem pela força imperiosa do destino, do amor e da redenção. Ela conheceu desde muito nova a pobreza extrema e venceu as batalhas que a vida lhe impôs. Ele é um homem que sempre teve quase tudo o que quis, mas ainda faltava-lhe algo... Antônia e Hafiq não tem nada em comum, exceto uma necessidade poderosa que os obriga a revelar um pouco mais as suas almas, a desnudar os véus que esconde o seu eu verdadeiro. Antônia Santos é uma artista plástica baiana que vê a sua vida virar do avesso ao aceitar o acordo de casamento do sheikh Hafiq Hassan, um príncipe árabe prestes a suceder o trono do Qatar. Maktub (Está escrito) e o que está escrito, nada pode apagar...
Ler maisTRÊS MESES ATRÁS
Eu ando em passos lentos, no meio de um calor infernal, espremendo-me entre os pedestres.
A feira está lotada e ela resolveu justo agora parar em uma barraca de frutas.
Observando-a mais de perto, uma avalanche de sentimentos me toma de forma intensa. Curioso, eu que nunca fui um homem passional, desde que a vi pela primeira vez, tornei-me uma verdadeira montanha-russa de emoções.
Meu objeto de observação escolhe algumas frutas enquanto conversa com o feirante. O coitado do velhinho mostra-se entusiasmado com a atenção que recebe da mulher linda e sedutora que está à sua frente.
Ela segura em seu ombro e prova um morango.
Escorre um pouco de caldo pelo canto de sua boca, ela limpa os lábios e lambe os dedos com naturalidade.
Essa visão me deixa tão excitado que chega a doer, e isso é muito frustrante, pois estou nas sombras, ela não sabe quem eu sou.
Ela sorri com os olhos e com a boca, sua intenção não é seduzir, mas naturalmente o faz, é intrínseco da sua natureza feminina, uma mulher sensual em estado bruto, sem afetações ou joguinhos sexuais.
E continua a caminhar com os quadris fartos e ondulantes entre as barracas da feira. Uma senhora, também feirante, joga-lhe um beijo e ela responde entre sorrisos e acenos.
Da última vez que a vi, ela estava apática e anestesiada pela dor.
A assisti de longe ser consolada carinhosamente por seus amigos no enterro de Aziz. Eu terei que reivindicar a guarda de Kaled, em breve. Certamente haverá confronto entre nós dois.
Mas ainda não é o momento oportuno, por enquanto prefiro me manter distante, tenho que tirar minhas próprias conclusões sobre as acusações de meu pai.
Ela não parece ser uma mulher manipuladora, uma caça dotes.
Entretanto, meu pai insiste que ela casou-se com Aziz por dinheiro e que ela é uma influência ruim para o futuro de Kaled.
O tempo dirá quem fala a verdade, meu pai ou o meu coração.
PRÓLOGO POR BIANCA MATTOSEnfim, após horas de uma viagem massacrante, tentando disfarçar a minha claustrofobia, o avião aterrissa no Qatar às 14 horas.Eu desço as escadas rolantes ainda um pouco vacilante, observando com cuidado se o meu véu está no lugar e se estou vestida de forma discreta.É a primeira vez que eu saio do Brasil. Infelizmente não consegui folga no trabalho para vir ao casamento de Brenda, mas depois de muito implorar para o meu Chefe no Museu Nacional da UFRJ, eu consegui férias e nem acreditei quando Brenda disse que o meu cunhado, Youssef, pagaria a minha viagem ao Qatar.Ainda não o conheço, mas penso que deve ser um cara com uma paciência de Jó, pois aturar as maluquices de minha irmã, só um homem com uma calma tibetana.Mas eles merecem essa felicidade, só eu sei o quanto me
ANTÔNIAOs dois já estavam discutindo na biblioteca, quando vi através da porta entreaberta, Youssef debruçar Brenda em seu colo, arrancar-lhe a calcinha e guardar no bolso da calça.Brenda depois de um tempo, apareceu na sala com a bochecha vermelha e os cabelos desarrumados, sem conseguir nos encarar. Logo após, Youssef passou por ela e falou com a voz baixa, mas audível.— Mais tarde terminamos a nossa conversa, bombonzinho. Eu cravo os olhos no dela e Brenda sorri envergonhada.— Você é louca por ele, não é?Imaginei a Brenda sacana falar qualquer coisa, rir com a minha afirmação, dizer que ela era a rainha da casta das escrotas, me mandar eu me foder.Tudo! Eu esperei por tudo, menos isso.— Demais, esse árabe é um filha da mãe, teimoso pra cacete, me faz tão feliz, amiga! E você pretinha, já está preparada, seu marido é um ogro tão romântico, está animada Tônia?Do que ela está falando, o que é que Hafiq está
ANTÔNIASeth e Layla fazem 1 aninho hoje. Estou cansada de gritar com esses quatro pestinhas para pararem de aprontar pela casa, mas é em vão.Digo quatro pestinhas, por que Hafiq resolveu entrar para o time e me enlouquecer de vez. Brincando de lutar no chão com Kaled e fazendo avião com Sey e Lalinha. Um vaso que eu gostava, acabou agora de virar farelo, nessa demonstração ridícula de UFC Kids.Olho para os meus filhos e mesmo me dando tanto trabalho, está tudo certo. Kaled é um menino de três anos muito esperto e falante. Lindo com os seus olhos castanhos quentes, os cabelinhos cacheados até os ombros e a pele cappuccino ainda mais reluzente e cremosa.Seth é muito parecido com Hafiq, herdou os olhos verdes vivos do pai. Os cabelinhos pretos e desalinhados, moreninho e sorridente, mas de personalidade forte, esse quando crescer eu tenho pena da mulher, vai ser osso duro de roer.Depois de perder um brinquedo pra S
ANTÔNIA— Respire como Khadija te ensinou, vai dar tudo certo, você é uma mulher forte, eu sou um homem forte, enfim todos nós somos fortes, os bebês são fortes, eles estão bem. Será que é a hora mesmo? O que eu devo fazer, do que você precisa minha habibi.— Eu preciso que você pare de tagarelar como uma matraca e me leve para o hospital, antes que os bebês nasçam aqui no corredor.Coitado do meu marido!Hafiq passa a mão pelos cabelos, desarrumando-os ainda mais e me segura no colo, levando-me até a entrada do palácio.Ele beija a minha testa, tentando me tranquilizar.— Vai ficar tudo bem, habibi. Já vão trazer o nosso carro.Khadija, Malika e Youssef seguem logo atrás de nós, quando todos somos testemunhas do impensável.Um manobrista trouxe o nosso carro e Hafiq entra no carro distraído, falando no celular com Ranya, dando ordens a ela para levar a bolsa dos bebês.E sem olhar para trás, arranca com o carr
ANTÔNIAEncontro Malika em meio a um monte de gente, conversando com duas esposas de empresários do ramo de comunicações e ela está toda empolgada, falando sobre a nossa galeria e os projetos sociais que pretende apresentar a Hafiq.Depois nós duas nos sentamos junto de Khadija, minha obstetra, que está exuberante em um vestido Versace vermelho.Malika olha-me de cima até embaixo e elogia a minha produção, eu escolhi um vestido longo fúcsia, vaporoso e discreto.— Você está linda Antônia e esses brincos são um espetáculo. Eu afago a orelha com o brilhante enorme e sorrio para Malika.— Eram de sua avó.— Ficaram maravilhosos em você. — Ela responde— me de um jeito terno.Um púlpito foi posto na área dianteira do salão de cerimônias e Hafiq é chamado pelo pai para fazer um breve pronunciamento aos convidados presentes.Ele caminha imponente até o púlpito, naquele seu jeito de andar que me faz umedecer a calcinha:
ANTÔNIAGuardo duas borrachinhas amarelas no punho, termino de retocar o batom que borrou um pouco por causa do biscoito e espero ele ajeitar a galabia e o aigal pela terceira vez.Ele segue tagarelando desde que entrou no carro, nem bem começa um assunto, já muda para outro. Eu pego na sua mão suada e ele dá um longo suspiro.— Será que eu consigo dar conta disso tudo?Continuo a afagar e apertar um ponto de sua mão que o relaxa, enquanto desempenho o meu papel de esposa e mãe de seus filhos: tranquiliza-lo e ser o seu esteio.— Com certeza, você se preparou a vida inteira para isso, mesmo quando teimava em dizer ao seu pai que não o sucederia.Ele vira-se para me encarar e eu lembro-me das borrachinhas elásticas.— Tem algo que eu quero te dar. — Esperava que ele me entendesse e não me achasse ridícula.— O quê habibi? — Hafiq sorri como um menino curioso, abaixando a cabeça.Ele abre a mão e eu coloco no punho de
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