"Eu não pedi para ser assim. Não quero esse poder, mas essa é a única forma de salvar a todos." "Ao completar 18 anos, a maldição estará completa e não vou conseguir fugir do meu destino." Ela é uma feiticeira poderosa, mas não sabe disso. Ele é o filho, herdeiro, de um alfa. Luna Vargas é uma ótima aluna, dedicada. Ao voltar para a sua cidade de origem, o despertar dos seus poderes começa, e tudo fica ainda mais complicado, quando ela conhece um garoto, que parece ser muito perigoso. Adrian vem de uma linhagem amaldiçoada de Lobos. Ao completar 17 anos, seu DNA se desperta, quando fizer 18, sua transformação estará completa. Esbarrar na garota nova, na cidade, ele sente uma ligação fora do comum. Luna não quer descobrir os segredos da sua família. Ela não deseja despertar seus poderes mágicos, contudo, não pode fugir do seu destino, e ao se apaixonar pelo jovem lobo, ela descobre segredos do passado, ao mesmo tempo que coisas estranhas começam a acontecer na cidade levando a alcateia ser alvo de caçadores. Adrian corre perigo e só Luna pode ajudar a achar o culpado pelas mortes de pessoas inocentes.
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Não foi do meu agrado, vir para essa cidade. Não sou muito de reclamar por bobagens, como as outras garotas da minha idade. Na verdade, muitos diriam que não tenho a idade que tenho, pois sou bem mais avançada em muitos aspectos, contudo, meus 17 anos me prendem aos meus pais, o que me traz a North Walland. A cidade não é tão pacata quanto imaginava, contudo, tem alguma coisa aqui que me faz sentir-me mal. Não sei como explicar. É como se uma energia saísse de mim e atravessasse meu corpo. Um sussurro em meu ouvido que causa calafrios. Contudo, meus gostos estão fora do roteiro que meus pais montaram, sem me avisar. Chegamos há algumas semanas e hoje é meu primeiro dia de aula em uma das escolas mais bem-conceituadas no país. Pelo menos isso é uma coisa boa. O problema é... bem... como posso dizer... só tem gente babaca. New West é, sim, renomada, contudo, é a escola dos ricaços. É onde os filhos dos grã-finos estudam, e como todo filho mimado, são cheios de arrogância. Claro, não sou boa peça. Também tenho um pouco de cada coisa, mas, pelo menos, não saio por aí pisando em todos para conseguir o que quero, ou manter uma aparência de superior. Nesse exato momento, encaro o prédio enorme, clássico, parecendo um castelo antigo, com todas as suas características, só que muito bem cuidado e caro. É uma bela imagem. Transborda elegância, contudo, as pessoas que conversam, passam e, alguns, me encaram, não me agradam em nada. Obvio que eles se conhecem uns aos outros, sou a única estranha aqui, então, serei o alvo de atenção por um bom tempo, contudo, graças a Deus, não faço o tipo tímida. Agarrada aos meus cadernos de desenho, com minha bolsa nas costas, e um uniforme, no qual escolhi vestir a calça, ao invés da saia sugestiva, avanço entre eles. Devo confessar que estou um pouco ansiosa. Ser novata é um saco, mas vou fazer isso de cabeça erguida e sem vergonha. Mesmo que muitas das meninas, da minha idade, me olhem com desdém, ou inveja. Antes mesmo de colocar meu pé no primeiro degrau, minha trilha sonora, em meu fone de ouvido, toca algo que me deixa mais relaxada, mesmo que meu estilo musical não seja o costumeiro dessa gente. Gosto de algo mais dark, melancólico e algumas vezes, mais festivo, que transita em uma sonoridade calma, no meio dela. Respiro fundo e passo pela entrada, observando a parte de dentro da enorme escola, que já na entrada se revela não muito diferente do lado de fora. Escadas enormes nos levam para os andares de cima, e calculo que tem uns cinco andares, que distribui as salas, deixando o térreo com o salão de festa. Eu poderia dizer que essa seria a pior experiência de toda a minha vida. Vim para uma nova cidade, com pessoas estranhas, uma sensação estranha. Ainda mais dentro de uma escola com tantas pessoas no qual se importam mais com a quantia que têm em suas contas, com a moral e os bons costumes. Bem, bons costumes para eles é aparentar ter uma vida feliz, correta, sendo que na realidade eles não suportam uns aos outros. Eu deveria ter pena? Talvez. Mas, ao notar os olhares dos meus novos colegas de escola, logo esse pensamento se esvazia da minha cabeça. Eu não me importo com nenhum deles. Posso parecer arrogante? Sim, prepotente, talvez. Mas, não posso me julgar, ainda mais agora e aqui. Se eles podem ser, porque eu não? Afinal, diferente deles, eu não os olho dos pés à cabeça e os julgo por uma roupa que usa, pela fofoca alheia sobre a vida dos seus outros colegas. Eu não me importo com nada disso, a não ser com os meus estudos. Quero ingressar em Oxford e cursar letras. É algo que veio de berço, eu diria. Bem, da parte da minha mãe, já do meu pai, um grande empresário, ele deseja que eu faça administração, para tomar a liderança da empresa quando for maior e quando ele decidir se aposentar finalmente. Eu não me vejo nesta posição, acho que nunca vou me ver. Odeio ser a líder de algo no qual eu não tenho paixão alguma, negócios, isso não faz muito a minha praia. Gosto mais do meu canto, no fundo da biblioteca, lendo um livro clássico ou um mistério, no qual fico engajada até o último capítulo, para descobrir se tudo aquilo que eu imaginei realmente vai acontecer. Respiro fundo, ao finalmente voltar à minha realidade. Eu não queria fazer isso, mas uma garota, de cabelos curtos, óculos, fundo de garrafa, vestindo o terninho, que é o slogan desta enorme escola, aparece em minha frente, balbuciando alguma coisa, no qual eu tento ler pelos seus lábios. Porém, como não consigo compreender tudo, porque ela fala bastante rápido, acabo tendo que desligar a minha playlist e tirar o fone dos meus ouvidos. E assim que eu faço isso, sua voz estridente, bem irritante, adentra os meus ouvidos, me fazendo se arrepender com tudo. Acredito que esta garota esteja aqui para me recepcionar. Eu entrei no meio do ano, isso não é muito comum, mas como meu pai decidiu se mudar para cá de última hora, sem o meu consentimento, minha matrícula teve que vir para esta instituição, para que eu não perdesse nada em nenhum ano da minha fase de estudos. - Me desculpe, eu não ouvi e nem entendi nada do que você quis dizer. - Eu comunico, a garota que no mesmo instante deixou seus ombros caírem, me olhou incrédula, mas desfaçou, dando um sorriso tímido, e novamente começou a tagarelar. - Eu estava dizendo que me chamo Mary Ann, sou a pessoa que vai recepcionar você, te mostrar cada detalhe desse colégio... Continua...LunaMeus olhos ardiam de tanto chorar. Minhas mãos estavam dormentes, sentindo o peso que carregava. Mesmo tentando dizer a mim mesma que foi o acaso, que era uma luta contra alguém maléfica e que queria causar dor em tudo que rodeava, dentro do meu peito, eu sabia que era a minha culpa.Não sei se, eu tivesse dado ouvidos ao que minha eu de outro universo disse, teria mudado as coisas. A bruxa teria feito um acordo? Bem… isso eu nunca saberei. O que está feito, está feito, e devo aceitar a derrota. Sim, derrota. Era assim que eu me sentia. Não tinha uma vitória sobre as minhas costas. Ela foi derrotada, e eu também.Meu pai e eu nunca fomos melhores amigos, como uma família perfeita, mas havia amor, cuidado. Lembro-me do dia em que ele me ensinou a dirigir, de quando escondia as minhas falhas, para que minha mãe não me desse uma bronca. Lembro de quando estávamos reunidos na sala, assistindo a um filme. Ele, encostado ao sofá, minha mãe em suas broças, e eu, um pouco distante. Em m
Tudo parecia estar em câmera lenta. As sombras, guiados pela bruxa, naquele instante, estavam quietos. Lobos, não atacavam, apenas observando aquele momento em que Luna se via cheia de ódio e fúria. Adrian sentiu aquilo. Seus sentimentos, se mesclavam com os dela, e ele previu que algo muito ruim, ou, outra coisa tão ruim quanto, estava prestes a acontecer. Elisabete, segurava o corpo do marido, chorando, desesperada. Quando saiu de casa, não sabia que isso poderia acontecer, ou não teria permitido que ele saísse. No fundo, ela se culpava. Outra, que sentia o peso daquele momento, e se martirizava, por não proteger sua família, era a própria Luna, que com seus olhos cheios de raiva, invocou o caos, a partir do livro das sombras.Daquele momento em diante, quem estava ali, usando os poderes da feiticeira. Era o próprio caos, que se usava da raiva, para cegar a garota. Usar o livro das sombras requer uma troca, Luna só não sabia disso. — Eu só queria o Alfa e a alcateia, mas você foi
LunaEu já estava de saco cheio de tudo isso. Eu só queria voltar à minha vida normal. Mas, confesso que agora me sinto tão confiante que aceito algumas mudanças. Eu nunca me senti tão forte, tão determinada em fazer algo como me sinto agora. Sei que tudo isso foi para salvar Nathan do inferno, ou pelo menos a sua alma que estava lá. Mas, confesso que até estou gostando. Óbvio, ainda existiam muitas barreiras e eu estava prestes a quebrar todas elas de uma vez só.Aquela mulher se acha poderosa, se acha no direito de vir me estragar a vida das pessoas, mas ela não faz ideia do que sou capaz agora. Tenho total certeza de que apenas com um estalar de dedos posso fazer ela sumir da minha frente. Senti que seu poder estava concentrado na cabana onde está a sua neta. Aposto que ela pretende acabar com toda a Alcatel de uma vez por todas.Muito me impressiona ela ter tanto trabalho para voltar à terra só para destruir o DNA do homem que ela amou e atraiu. Isso realmente é necessário? Bem, n
Lorenzo não estava mais aguentando ser deixado de fora dos acontecimentos. Novamente, sua filha, que era uma garota boa, responsável, e que ele confiava, sumiu, e uma pulga atrás da sua orelha lhe dizia que ela estava aprontando algo.Mesmo tendo idade para decidir o que fazer e o que é certo e errado, a garota não era uma adolescente comum, e suas escolhas recentes, não foram nada comum.Ele jamais imaginou que sua filha despertaria poder e sobrenaturais, nos quais se ele aprendeu a odiar.Ele sentia um calafrio na sua espinha, só de pensar na possibilidade de alguém machucar a sua filha.— O que está fazendo? — Elisa via seu marido ir até a garagem e ir em direção ao seu arsenal. Ela odiava ter aquelas coisas em sua casa. Ironicamente, ela se casou com o caçador. — Por que precisa disso?— Porque a nossa filha, inconsequente, sumiu, e aposto que ela está procurando alguma coisa perigosa? — respondeu, raivoso.Ele sentia todas as veias do seu corpo, arder como fogo.— Lorenzo, Luna s
Não sei se tomei a melhor decisão do mundo, mas... eu tinha que tentar de tudo para trazer Nathan de volta. Eu devia isso a Adrien. Seu pai estava preso no inferno, sendo torturado por um dos demônios mais perigosos e cruéis. Por minha causa. Bem, por causa de tudo. Das bruxas, da bruxa primordial. Isso realmente iria nos levar à destruição. Eu não sabia o que aconteceria depois que eu quebrasse aquela maldição. Bem, não completamente.Eles preferiram ficar como lobos, uma escolha de toda a Alcateia. Poderiam ter se libertado. Poderiam ser homens novamente. Mas acredito que, se isso tivesse acontecido, Nathan estaria completamente morto a essa altura e não parcialmente. Mas tudo isso é minha culpa. Culpa da minha linhagem. Culpa de uma mulher que se sentiu traída e cometeu o erro de simplesmente condenar todas as gerações de homens que ela achava que amava a serem lobos e estarem presos em uma cidade, sem saber o que acontece além da fronteira.Eu estou com medo. Não faz nem vinte min
Enquanto Luna se aventurava no corredor da floresta amaldiçoada, seguindo o rastro sombrio até o Livro das Sombras, Adrian via a Alcateia, se aproximar.Eles estavam praticamente acampados em frente à Casa dos Anciãos, onde o Alfa permanecia em sua tortura demoníaca, com sua alma presa no inferno e seu corpo na terra, sofrendo os efeitos disso.Todos os dias, a cada momento, um grupo se aproximava para saber sobre o estado dele.Era como se sentissem a dor e o sofrimento dele, e isso causava muita raiva em alguns. Nathan era a rocha e a cola que unia todos eles.Apesar de suas atitudes frequentemente controversas, ele havia sido escolhido para substituir o pai.Desde o início, o homem fazia de tudo para proteger a alcateia. Houve sacrifícios. Ele tentava a todo momento parecer um homem comum e bem-sucedido.Protegia a cidade dos estranhos, montava estratégias para tornar aquele lugar o mais pacífico possível.Claro, não era possível evitar tudo. A cidade não era uma propriedade do Alf
Último capítulo