Lorenzo Salvattore é um italiano de sangue quente. Sendo um homem astuto nos negócios, ele tem muita experiência de vida e está convencido de que Juliana Moretti é mais uma mulher como muitas que ele já conheceu. Uma alpinista social que só quer se dar bem na vida de uma forma fácil. E que ela está em um esquema sórdido para roubar sua empresa. Ele está seguro que as roupas sérias e formais que ela usa são apenas parte de seu disfarce de boa moça para desviar a atenção de seu real propósito e por isso ele planeja observá-la constantemente para descobrir seu ponto fraco. Juliana nunca fez nada para prejudicar alguém e não entende porque o todo poderoso Lorenzo Salvattore cismou com ela e a força a ficar ao seu lado todo tempo, sempre desconfiando dela. Só existe um pequeno detalhe no plano de Lorenzo. Ele nunca imaginou que ela fosse mesmo inocente e isso o pegou de surpresa. Agora ele a quer dia e noite ao seu lado e fará tudo para que ela não fuja dele. Até mesmo se casar com ela! Amor e ódio sempre andam de mãos dadas!
Ler maisParte 1...
O dia até estava fresco e ventava lá fora. Pela grande parede de vidro dava para ver a rua lá embaixo, onde os galhos das árvores balançavam de um lado para outro. Ali dentro da sala o ar-condicionado deixava a sala na temperatura ideal.Mas o cabeça de tudo, o chefe maior, Lorenzo Salvattore, deixava as pessoas em volta da grande mesa de madeira mogno com um arrepio de frio. Seu olhar gélido passou de um por um, aguardando por explicações que justificassem os erros que ele havia encontrado na planilha mensal de lucros da empresa.Sentado em sua cadeira alta e confortável, ele fingia estar calmo. Mantinha no rosto um leve sorriso, quase que relaxado, enquanto ouvia as explicações sobre os últimos eventos que haviam chegado até ele.Para os presentes em volta, aqueles minutos esperando enquanto ele lia os documentos abertos à sua frente, estava se tornando quase que uma tortura. Cada um ali sabia que ia levar sua parte de culpa nesse processo.Lorenzo cuidava dos negócios da família desde que tinha vinte e cinco anos. Suas ideias só fizeram aumentar e melhorar o patrimônio da família e de seus sócios. Ele mesmo tinha sua própria fortuna, o que o deixava com uma grande responsabilidade nas mãos. Cada atitude dele tinha uma consequência e por isso mesmo ele não podia aceitar erros.Fossem erros inocentes ou feitos de má intenção. De ambas as formas era necessário muito cuidado. E além de seus interesses particulares, ele tinha que cuidar de todos que compunham as empresas. Do sócio majoritário ao rapaz que entregava o café.Todos eram importantes para o bom andamento das empresas e também por isso ele tinha que valorizar seus esforços. Se por acaso ele cometesse um erro que viesse a causar um problema aos sócios, também causaria aos empregados abaixo. Todo mundo iria perder.E uma coisa que o aborrecia muito era gente incompetente. E infelizmente, um dos culpados pelo erro atual era o abusado de seu irmão mais novo, Gutto.E Gutto não era apenas incompetente. Ele era mau caráter também. E preguiçoso. Juntando tudo isso era um perigo manter ali uma pessoa assim. E ele já havia dito isso aos pais, que desde sempre apoiaram tudo o que o irmão mais novo fazia, deixando para ele a responsabilidade de resolver seus problemas, mas agora ele tinha passado do limite.Bateu os dedos em cima da mesa, olhando para a pasta aberta, lendo pela terceira vez o relatório final que tinha recebido de um de seus assistentes. E não era nada agradável.Por sua vontade ele explodiria ali mesmo e jogava tudo no ventilador, para espalhar a merda em cima dos responsáveis. Havia ali um golpe em andamento contra seus interesses e de sua família. Agora novamente ele teria que contornar e resolver mais esse pepino.E o pior que ele tinha visto, é que o erro era tão fácil de ser descoberto, que só mesmo uma mente pequena e incompetente seria capaz de achar que nunca seria descoberto. Um adolescente na aula de matemática teria descoberto aquilo. Chegou a respirar fundo enquanto olhava os números no papel.E mesmo com outros nomes relacionados ali no relatório, ele sabia que havia um mentor e grande culpado por aquelas ações. E tudo rodava e voltava para um nome. Por mais que ele quisesse puxar para outro lado, de novo, era isso.Gutto Salvattore.E não podia haver perdão agora para mais esse comportamento, ainda que seus pais ficassem contra ele. Dessa vez ele tinha que agir contra o irmão e de uma vez por todas dar um jeito de afastar Gutto das empresas. Não dava mais para alisar.Ele praguejou entre dentes. Gutto só estava ali por causa de seu sobrenome e do modo como seus pais o tratavam como uma criança inocente e que tudo o que fazia era sem querer. Não era.Ergueu os olhos e viu as caras de preocupação à sua volta, aguardando suas ações. Ele se ajeitou na cadeira e mexeu a cabeça, movendo o pescoço para diminuir a pressão.— Onde está meu irmão?Sua voz forte e cheia de crítica fez as pessoas olharem de um para outro, esperando que alguém respondesse. Uma das funcionárias respondeu, meio temerosa.— Nós o avisamos da reunião, senhor Salvattore.— E porque diabos ele não está aqui?Ela ergueu as sobrancelhas e apertou os lábios. Claramente sabia de algo e não queria falar. Ele segurou a vontade de dar um murro na mesa.Era um absurdo. O nível de cinismo de seu irmão era grande. Não fazia nada. Tinha um cargo na empresa por causa e somente de seu sobrenome. Arrogante, cínico e abusado. Vivia pelos corredores apenas matando tempo antes de sair correndo atrás de suas muitas mulheres.E era noivo. Outra coisa que ele ainda não tinha entendido bem. Qual o motivo desse noivado, se ele vivia de farra e festas, gastando o dinheiro que não trabalhava para ganhar. Só podia acreditar que era apenas por causa de sua mãe que exigia que ambos tivessem uma família.E nisso ele tinha que concordar. A mãe vinha pegando no pé deles há bastante tempo e de repente Gutto apareceu com essa noiva. E ela era uma das funcionárias da empresa.* Autora Ninha Cardoso.
Parte 3...— Nem vem mais - o parou com a mão no peito — Está todo molhado.— E como foi a consulta, amore?— Foi ótima - ela suspirou e torceu a boca — E de novo você ganhou uma aposta.Ele sorriu muito. Depois que tiveram trigêmeos, ele disse que a próxima gestação seria de gêmeos, para completar os cindo filhos que ele disse que queria ter.— São gêmeos. Mas dessa vez eu vou ter uma menina também. É um casal.— Sério, bela? - ele ficou muito feliz. Amava muito seus meninos, mas queria ter uma menina que fosse parecida com ela.— Quando vocês entrarem eu conto a novidade para todos. — Obrigado! - a abraçou mesmo molhado — Você me faz muito feliz, todos os dias - comentou carinhoso.— Mesmo quando brigo com você.— Quando briga comigo é até melhor - ela ergueu uma sobrancelha — Porque eu sei que depois vai fazer amor comigo para me pedir desculpas.— Ei! - deu um tapa em seu braço — Você também me pede desculpas.— Eu te amo muito - ele se declarou.— Eu te amo muito - ela repetiu.
Parte 2...Ela pensou no gênio difícil que Lorenzo tinha e suas mudanças de humor. Comentou com Loreta.— Não tem que se preocupar com isso também - alisou seu braço — Seu marido tem um gênio forte, isso é verdade, mas ele tem um coração enorme. Já fez muita coisa para ajudar os funcionários aqui da propriedade e também pelos moradores locais. Acha que ele não vai saber criar um filho? - ela abanou a mão.Juliana suspirou. Estava se preocupando à toa.— Espere para ver. Ele pode te surpreender.Ela riu e Loreta não entendeu. E Lorenzo não vivia a surpreendendo sempre?— Sabe, acho que agora me deu fome - ela levantou.— Ótimo. Eu tenho uma comida quentinha lá embaixo.Ela desceu um pouco mais aliviada.** ** ** ** ** ** ** **Lorenzo chegou já na hora do almoço. Ela estava se distraindo, ajudando Loreta a arrumar as coisas para o almoço. Não queria comer na sala de refeições, preferiu que fosse na cozinha mesmo. Ele entrou e lhe deu um beijo.— Tudo bem? - ele perguntou.Loreta sorriu
Parte 1...A médica fez algumas perguntas e depois um rápido exame, mas disse que ela deveria procurar uma ginecologista também, porque poderia ser algo mais.Quando ela saiu da sala da médica, ele lhe perguntou com olhos de preocupação o que ela tinha dito.— Fiz um exame e o resultado sai amanhã.— Só isso? - ele não gostou.— E baseada em minhas respostas, ela disse que eu deveria procurar uma ginecologista. De repente tenho que mudar meu anticoncepcional - pegou a mão dele — Pode ser que eu tenha alergia a algum componente do comprimido. Se for isso tenho que trocar a marca ou talvez você tenha que usar camisinha.Ele fez uma cara de quem não gostou. Saíram do consultório rindo e foram comer em um restaurante. Infelizmente, após fazerem o pedido, Lívia apareceu e parou ao lado dele.— Lorenzo, eu quero falar com você - ela disse fazendo um bico e chamando atenção das pessoas em volta.— Não temos nada a falar, Lívia. Por favor, não se envergonhe mais - ele limpou a boca com
Parte 4...— Você me ama mesmo? - tocou o rosto dele.A resposta dele foi lhe dar um abraço bem apertado.— É claro que eu te amo. Inventei um monte de desculpas para manter você ao meu lado.— E vai me matar se não me soltar... Não consigo respirar.Ele a soltou e os dois riram.— Eu te amo, Lorenzo - ela se declarou — Estava morrendo de medo de você me odiar por causa disso. Quando me mostrou a foto eu desabei. Já estava planejando o que fazer, mas estou com tanta dor de cabeça que não consigo pensar direito.— Dor de cabeça? - ele se preocupou e tocou sua testa, mas não estava quente — Vou pegar um remédio para você. Na cozinha tem uma caixa de primeiros-socorros.— Ok.. Mas na verdade quero ir a um médico.— Por que? - se assustou.— Esses dias eu me senti um pouco tonta e também tive náuseas. Acho que estou para pegar uma gripe ou algo assim.Ele levantou e a puxou, colocando-a na cadeira.— Volto já - lhe deu um beijo na testa.Ele desceu rápido e pegou um comprimido para dor d
Parte 3...Seu coração disparou. Ele já sabia.— C-como assim?Ele pegou o celular e passou o dedo na tela de forma nervosa, depois entregou a ela. Por um instante o coração dela parou. Era a foto que Anete havia tirado. Realmente, daquele ângulo parecia que os dois estavam se beijando, abraçados no sofá.— Você foi encontrar com ele?— Não - respondeu com voz fraca. Ele não iria acreditar.— Pela intimidade da foto, me parece que sim.— Não - sua voz fraquejou e ela olhou para baixo — Eu fui ver Anete - engoliu em seco, nervosa — Ela me disse que meus pais estavam com um problema grave. Fiquei preocupada.Ele se abaixou em sua frente e segurou suas pernas.— E o que houve?— E-eu... Eu não sabia que Gutto estava lá - começou a chorar e cobriu o rosto com as mãos — Anete mentiu para mim.Ele esperou até que o choro ficasse mais fraco. Deu tempo a ela, ainda que estivesse nervoso. Sentou no chão e se encostou na porta de vidro.— Amore... Preciso saber o que aconteceu - ele torceu a bo
Parte 2...— O que seria? - balançou a pasta para o alto — Quero sua assinatura nesses documentos.Ele abriu a pasta e colocou uma caneta em cima dos papéis, indicando a cadeira para ela sentar.— Assine tudo e eu vou embora depois.Juliana deu uma risada, debochando dele. Gutto fechou a cara e bateu na mesa.— Assine essa porcaria de documento para que eu possa seguir minha vida.Ela continuou rindo e balançou a cabeça.— E porque motivo você acha que eu faria isso?— O dinheiro é meu - disse se irritando — Ele não pertence a você e por isso vai me devolver.— Primeiro - ela levantou um dedo — Eu não vou devolver nada, porque não peguei nada de ninguém. Você roubou esse dinheiro do seu irmão - ele fez uma cara de raiva — Segundo - ela levantou outro dedo — É muita ousadia de sua parte, me procurar novamente depois da cachorrada que fez comigo. Você me usou e me enganou para desviar esse dinheiro, se aproveitando de minha posição na empresa.— Eu disse que essa mosca morta não iria as
Último capítulo