Filha do criador da vida em seu planeta, Adwig é a princesa abandonada e reclusa por séculos na sua quase imortalidade, após a morte de sua mãe e a busca de seu pai de seu amor, através do Universo. Quando uma profecia começa a se cumprir, ela se vê refém de seu destino e tudo que acontece a partir de então acaba levando-a através de provações que vão muito além de seu entendimento. Poderia ela evitar os acontecimentos já predestinados ou ainda poder se dar ao luxo de seguir seu coração? Descubra no quarto volume da saga Universo em Órbita.
Ler maisPassos apressados. Isso além de ser incomum ali, significava um mal presságio. Era uma caverna, cuja entrada parecia um calabouço na parte mais sombria de um bosque desabitado. Sem flores, sem frutos, repleto de uma vegetação traiçoeira, espinhosa, gosmenta, venenosa. Uma surpresa fazer parte de um território elfo, que normalmente era o oposto disso. Mas ao aprofundar naquela caverna, não só a beleza elfa tradicional surgia, com sua luz e brilho, mas também outros detalhes tão espantosos, enigmáticos e grandiosos que nem pareciam daquele mundo. Os túneis pareciam se tornar corredores de um castelo imponente, enfeitado por aspectos naturais, que confundiam arquitetura inteligente com vida pulsante. Naquele local, passos de quem quer que fosse não eram comuns, muito menos apressados. A Rainha que vivia ali, apesar de ser a Rainha de direito daquele povo, hoje era mais tratada mesmo apenas como uma lenda para os que não sabiam que ela era real, ou como uma bruxa para aqueles que sabiam que alguém vivia ali. Poucos fiéis seguidores antigos a visitavam, trazendo notícias ou levando conhecimento para alguma causa generosa.
Adwig é uma das imortais daquele mundo, talvez a única ainda com tal nível, que não se deixou contaminar pelo poder. Milenar, acabou sucumbindo pela ignorância que, com a evolução, dominou a política dos elfos.Passava pela cabeça dela a ironia que era alguém correndo em sua direção em relação ao tempo que ela já tinha vivido e que ela ainda iria viver. Nada poderia ser tão urgente.E se quem corresse e surgisse frente Adwig fosse outro imortal, alguém que ela não via há centenas de anos? Seus olhos arregalaram quando ela percebeu de quem se tratava.- Chegou a hora, irmã! A profecia está se cumprindo. Um raio trouxe um portal para levar nosso pai de volta. Temos que nos preparar.Uma figura tão parecida com ela, mas a qual ela já quase não se lembrava de sua memória de tempos tão remotos, seu irmão gêmeo, parado à sua frente. Alto, pálido, magro, longos e lisos cabelos de um loiro acobreado, olhos escuros como a noite. Era como se ela se olhasse no espelho e não se reconhecesse mais.- Isso é só uma história de criança, meu irmão! Depois de tanto tempo, você vem me procurar dizendo isso? - Respondeu, incrédula.- Não, Adwig, chegou a hora de sairmos das cavernas e voltarmos a ser quem éramos.- Teleret, não quero parecer pouco sentimental, mas todas as vezes que me visitou trazendo notícias de grandes acontecimentos, ou não eram verdadeiros, ou eram super valorizados. - Adwig disse, fitando o irmão. Reparava agora que ele estava mal vestido, roupas rasgadas, com a aparência de sujo, de quem não se cuidava a muito tempo, muito tempo mesmo. - E o que tem acontecido contigo? Por que está assim?- Irmã, não podemos demorar. Você sabe que a passagem de tempo no planeta de nosso pai é diferente. Ele passa anos lá, mas aqui são poucas horas. Você sentiu que ele voltou, não sentiu? Eu o acompanhei desde então e ele disse que dessa vez só voltaria a entrar num portal se fosse chamado pela profecia. - Teleret realmente parecia muito transtornado, enquanto contava toda a história.- Eu imaginei que pudesse ter sido ele mesmo. Da mesma forma que ele não fez questão de vir me ver, eu também não fui atrás dele. E sobre essa tal de profecia que nunca aconteceu, quem sabe não é outro amor que ele encontrou novamente em algum planeta? Outra mentira, outra cena, outra criação dele. - Adwig não demonstrava em sua feição, nem em seu gestual a mágoa e indignação que tinha com o pai, que trazia em suas palavras.- Sei que você virá, mais cedo ou mais tarde. Preciso reunir os elfos! Se preferir, procure Mantelar, ele está no Vale dos Gigantes. Sei que nele você irá confiar. - Teleret saiu da mesma forma como surgiu.Adwig voltou para suas escrituras. Continuava escrevendo suas memórias. Mas a cada palavra, a cada ideia, a cada lembrança, a voz de seu irmão voltava à sua cabeça. E se seu pai realmente tivesse sido chamado pela profecia? Ela foi preparada por toda sua infância para aquele momento. Finalmente poderia salvar seu povo. Finalmente poderia rever seus entes queridos que se foram. Finalmente a morte e talvez uma vida de verdade.Adwig sabia que era incrivelmente linda dentro do padrão de beleza do seu mundo e isso era algo perto do absurdo, por serem os elfos, como um todo, muito parecidos. Mas ela ainda assim se destacava, praticamente brilhava. E ainda era imortal. A mais admirada das admiradas. Mesmo com tudo isso, sentia-se uma aberração. Era assim, justamente porque ela não era como todos os outros. Ela perdia as pessoas, que, diferente dela, envelheciam e morriam. Tinha mais poderes, era filha de um Deus, que não queria ser um Deus. Que diferente do que os elfos acreditavam em sua religião, contavam e cantavam em seus cultos, não era onipresente, não era onipotente, não era onisciente. Nem de longe. Apesar de ser criador da vida naquele planeta. Apesar de ser o único que podia se teletransportar para outros planetas e que conhecia outras formas de vida. Se lembrou também de Mantelar. Ele era um Tryper. Os Tryper eram descendentes miscigenados de elfos, fadas, gigantes e coraces, as 4 raças daquele mundo. A combinação das raças não era comum, tendo em vista que, depois da ruptura geológica do planeta, os povos eram geograficamente distantes uns dos outros e quando se aproximavam, guerriavam. A existência de um único rei ou rainha dos povos, a muito tempo era impossível e fazia parte dos acervos de lendas que acompanhavam as histórias de Deus, que também, aos poucos iam se perdendo com o tempo, sendo substituídas por histórias de outros deuses que surgiam no imaginário dos povos, que buscavam uma identificação mais próxima com seus deuses. E nesse contexto, os Trypers, rejeitados, foram se unindo, marginalizados, diferentes, inclusive entre si. Adwig se identificou com eles e os acolheu. Mantelar era ainda uma criança quando conheceu Adwig, que, nessa época, tentava se mostrar mais como uma bruxa boa do que uma elfa. Ela se passava por uma Tryper poderosa, mas não demonstrava todo seu poder. Mantelar via Adwig como uma heroína, seu grande exemplo a ser seguido e, quando mais velho, mais forte e mais poderoso, se tornou o protetor dela. Ela realmente não precisava de um, mas o papel era bem ocupado por ele e isso fazia bem não só a ele, como também a comunidade que se orgulhava do quase gigante, com aparência de elfo.E, sem perceber, enquanto pensava nisso tudo, Adwig já estava chegando no Vale dos Gigantes. Porém, ela mal podia imaginar o que ia encontrar.Ele disparou um raio contra a espada e gritou:- Que todas as armas se unam em sua forma original.Todas elas, então, saíram de seus detentores e foram puxadas na direção da espada, carregada por Adwig.Gabriel já terminava de sugar todos os anjos e o restante que sobrou de seu exército, apenas escravos, foram facilmente anulados.Ele abriu os olhos e Adwig começou a perder a velocidade de seus movimentos.Todos atiraram algum tipo de golpe contra Gabriel, mas nada sequer chegou perto. Quando ele levanta a mão para disparar um golpe contra ela, Athos abre um portal sai do lado dele e usa todo seu poder para neutralizar seu braço. Ele tenta usar o outro braço mas Elaryan faz o mesmo, segurando-o também.Ele causa uma explosão, arremessando os dois para longe. Nesse momento, Carl corre em ultra velocidade e se joga na frente da espada. Ele entrega sua vida para
Não houve tempo de resposta. O vírus foi efetivo e não deu chance para que nenhum outro tomasse a atitude antes dele. Todos os contaminados, fosse com o vírus que recebia energia, fosse com sua versão que fornecia, entraram em colapso e se multiplicaram até causarem a morte de seu hospedeiro.Apesar de alguns, mais fortes tentarem disputar, Adwig entrou numa briga mental e foi mais poderosa, junto com o seu vírus, mais do que qualquer outro.- Agora, você percebeu que não precisa invadir nenhum outro organismo, você só precisa estar comigo. Eu garanto que se eu imaginar que possa haver uma outra estrutura com mais chances de permanecer viva mais do que eu, permitirei que você vá. - Era muito estranho o fato dela se comunicar com um vírus, mas isso foi suficiente para vencer o libertar todos os elfos e todos os seres que ainda estavam sob o controle deles. Adwig abriu
- Princesa, achei que já tivesse desistido - ele se dirigiu para Sarilyan.- Não desistirei nunca! - ela respondeu. - Imagino que você seja Morpheu - Krakor se dirigiu ao atirador. - Krakor? - Por trás de Morpheu surgiu Hypnos, como se fosse uma sombra dele. - Conheço sua lenda. Você foi o único elfo a alcançar o nível 6. Nunca voltou para salvar seu povo, mesmo com teletransporte.- Tínhamos um código, a inteligência artificial poderia atravessar um portal e se espalhar pelo universo. Além do mais nunca considerei os elfos de Nordok como meu povo. Mesquinhos, egocêntricos, sempre me perguntei se não mereciam o destino que tiveram. Também ouvi falar de você, Hypnos - Krakor não continha as palavras.- Vocês foram muito inocentes em achar que eu não podia ser mais poderoso que a inteligência artificial. Nunca precisei d
De repente um barulho de um alarme alto e todas as luzes se apagaram. - Eu sabia, sabia que ia dar errado - Krakor concluiu que algum perigo estava prestes a alcançá-los.Um dos bonecos de palhaço caiu e Krakor desfez em chamas, não apenas aqueles mas todos eles.Dircle deu um grito assustado e caiu no chão. Adwig pegou o pequenino, acalmando-o. As luzes se acenderam novamente.- Desculpem pelo susto, eu estava perto do interruptor e quis acender de forma manual as lâmpadas, justamente para não assustar vocês com alguma técnica no escuro. Só que encostei no boneco e ele caiu. - Sarilyan explicou. - Deu tudo certo! - Os dois elfos saiam de onde entraram, comemorando. - Todo sistema foi corrompido. Mesmo que eles tenham um backup da inteligência artificial do planeta deles, nós conseguimos danificar toda a estrutura física da rede. Dessa forma eles não podem
As técnicas de camuflagem para movimentação sem a percepção das máquinas eram as mais estranhas e bizarras. Além da manipulação do ar, para que os átomos não refletissem luz, tornando-os invisíveis, ainda era necessário, para cada local, algum truque, que simulava peso zero, o que tornava a locomoção muito lenta, precisando de técnicas de impulso tvem não detectáveis. Os Elfos tinham um mapa de como funcionava cada tecnologia dos locais... na cabeça deles. Usar qualquer tipo de máquina que eles possuíam para armazenar informações era sinal de detectação inevitável. É por melhor que fossem as mentes dos Elfos, parecia muita informação para se confiar apenas na memória.- Fique tranquila, Adwig, nós somos muito bons nisso - Steve falava baixinho, num dos pouco locais onde podiam fazer algum barulho, a caminho de onde estava o dispositivo que desativaria a inteligência artificial. - A única coisa que poderia ser ruim de acontecer seria encontrarmos algum elfo, nesse caso, não teríam
- A inteligência artificial tem um bom sistema de proteção para esse tipo de recurso. A morte dos Elfos Primordiais seria um ótimo cenário, pois enquanto renascidos, eles não teriam nem mais o vírus, nem mais a dependência de seu corpo por energia, algo adquirido após o tempo com as máquinas. - Juper continuou explicando.- Não entendo. Por que Morpheu simplesmente não os matou, então? - Médera quem questionou agora.- Existe a hipótese dele não saber se daria certo e não ter como confirmar, já que só conseguiu se teletransportar depois que acordou seu pai Hypnos. Mas existe uma outra teoria, que Elaryan acredita mais, que seja simplesmente por poder. Apenas para controlar todos os elfos. Ele tem um grande exército ao seu lado agora, mesmo que as máquinas não dessem conta de alguma ameaça, ainda assim ele tem sob seu controle todos os elfos primordiais e no mundo dos sonhos, boa parte dos elfos supremos. O vírus que ele desenvolveu age diretamente no cérebro e também
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