Erin passou sua vida acreditando ser uma humana comum, até que a verdade veio à tona: ela era a filha perdida de um alfa, roubada ao nascer e criada longe de sua verdadeira alcateia. Agora, como mãe de gêmeos, sua única certeza é que precisa protegê-los de um mundo que mal se compreende. Enquanto Erin luta para se adaptar à sua nova realidade, Lucian, o poderoso Rei Alfa, carrega o peso de um reino e a dor da perda. Ele nunca imaginou que o destino o levaria de volta ao passado que tentou esquecer—ou que seu caminho se cruzaria com uma mulher que mudaria tudo.
Leer másTrês dias haviam se passado desde o ataque à Matilha da Lua Escarlate, e o cenário ainda era de dor e incertezas. Os corpos dos renegados haviam sido queimados, mas ninguém sabia quem os comandava. A ameaça permanecia invisível, pairando como uma sombra silenciosa sobre todos.Luna Helena continuava desacordada na enfermaria, e seu estado delicado mantinha Selena em constante vigília. Ela recusava-se a sair do lado da mãe, seus olhos inchados pelo cansaço e pelas lágrimas silenciosas.Lucian, preocupado com a segurança e bem-estar da família, retornou à Matilha Real apenas para buscar as crianças. Sentia que, com tudo o que estava acontecendo, era melhor tê-las por perto — mais seguros, mais próximos, mais unidos. Luke e Lucy foram recebidos com carinho pela antiga babá, uma ômega bondosa que havia cuidado deles quando ainda eram recém-nascidos, nos tempos tranquilos da Lua Escarlate. Apesar da dor que pairava sobre todos, ela se emocionou ao rever os pequenos, cui
O dia seguinte à reunião emergencial com o Conselho dos Anciãos nasceu com uma estranha tensão no ar. O sol ainda não havia surgido por completo quando o caos tomou a Matilha da Lua Escarlate.Gritos. Cheiro de sangue. Corpos tombando um a um na fronteira.Renegados em grande número cruzaram os limites do território, destruindo parte das defesas e abatendo os guerreiros da patrulha noturna. A destruição foi rápida e brutal. Casas foram quebradas, crianças precisaram ser escondidas, e mesmo com os esforços desesperados dos defensores, parte do território foi invadida.Luna Helena, a matriarca, lutava para proteger um grupo de filhotes escondidos perto da floresta quando foi surpreendida por três renegados. Ela lutou com bravura e feriu dois deles, mas sofreu ataques profundos antes que reforços chegassem. Ela caiu desacordada nos braços da filha Isla, que havia chegado com Kael logo após o ataque.Enquanto isso, no Palácio Real…Selena despertou de um pesadelo ofegante, com os olhos ma
O som dos pneus sobre a estrada de pedra ecoava suavemente enquanto o carro preto se aproximava do palácio da Matilha real. Depois de dias intensos na Alcateia da Rocha do Norte, Lucian e Selena suspiraram aliviados ao verem os portões principais. O ambiente familiar trazia certo conforto, mesmo que a tensão do que haviam vivido ainda pairasse entre eles. Assim que o carro atravessou os portões de ferro, Celeste e Rylan estavam lá para recebê-los. Antes que o veículo estacionasse por completo, Lucy e Luke saíram correndo pela entrada do palácio. — Mamãe! Papai! — gritaram em uníssono, se lançando nos braços dos pais assim que desceram do carro. Selena se abaixou e os envolveu num abraço apertado, beijando os cabelos de ambos. — Estava com tantas saudades de vocês... Lucian se agachou ao lado, passando os braços ao redor dos filhos. — Fomos fortes, mas não foi fácil longe de vocês. Foram bons com a tia Celeste? — Fomos! Mas o tio Rylan não deixou a gente comer mais de dua
O céu ainda estava encoberto quando Lucian e Selena se despediram do Alfa Darius da Alcateia da Rocha do Norte. A cerimônia em homenagem à Luna caída ainda pairava no ar como um véu de luto e incerteza. Apesar do ataque ter sido contido na noite anterior, a tensão permanecia. Selena sentia os instintos agitados, como se uma nova ameaça estivesse sempre à espreita.Ao voltarem para os alojamentos cedidos pelo Alfa, Lucian chamou uma reunião com os guerreiros que os acompanharam.— Vamos reforçar as patrulhas até o limite do território. Quero homens nas fronteiras, com turnos revezados a cada quatro horas. — Lucian encarou seu braço direito, o guerreiro Thorne, com seriedade. — Qualquer movimentação incomum deve ser relatada imediatamente.— Sim, Majestade — respondeu Thorne com firmeza, já se preparando para repassar as ordens.Selena, ao lado de Lucian, observava o movimento com atenção. Assim que o grupo se dispersou, ela tocou o braço do companheiro.— Você sentiu? — murmurou. — Alg
A noite caía sobre a Alcatéia da Rocha do Norte, mas o silêncio que geralmente trazia descanso agora carregava tensão. Desde o ataque que ceifara a vida da Luna Mirella, todos os membros da alcatéia dormiam com um olho aberto, esperando o inesperado. Lucian e Selena haviam decidido permanecer mais um dia para oferecer apoio e avaliar pessoalmente as defesas do local.O casal real estava hospedado na antiga casa do Alfa, agora silenciosa demais sem a presença da Luna. Selena, ao caminhar pelo quarto que uma vez abrigou uma família unida, sentiu um aperto no coração. A perda era recente e dolorosa, e a mensagem deixada pelos renegados — "estamos chegando" — ecoava nos pensamentos de todos.— Precisamos reforçar a segurança não só aqui, mas em todo o território da alcatéia — comentou Lucian, olhando mapas e plantas do território no escritório improvisado do Alfa. — Esses ataques estão ficando mais ousados.Selena se aproximou, apoiando-se na mesa.—
Um mês havia se passado desde o grande Baile de Companheiros. A calmaria que se seguiu parecia um sinal de que os tempos difíceis estavam finalmente cedendo espaço para a paz. No entanto, aquela tranquilidade seria brutalmente interrompida.Na manhã daquele dia, Selena despertou ao lado de Lucian, com os raios suaves do sol banhando o quarto real. Antes mesmo de levantarem-se da cama, um dos guardas da elite da Ala Norte bateu à porta, ofegante.— Majestade, recebemos uma mensagem urgente da Alcatéia da Rocha do Norte. Eles foram atacados. Muitos mortos... a Luna deles, Luna Mirella, não resistiu.O sangue de Lucian gelou. Selena, após um breve instante de choque, sentou-se na cama com os olhos arregalados.— Quando foi isso? — ela perguntou, sua voz firme.— Esta madrugada, Vossa Majestade. Os guerreiros renegados vieram em grande número. Dizem que foi pior do que qualquer ataque anterior.Lucian levantou-se de imediato e começou a se vestir.— Preparem nossa comitiva. Partiremos em
O sol brilhava com intensidade naquela manhã após o Baile dos Companheiros. No salão de refeições do palácio, a longa mesa estava ocupada pelos membros da família real e seus companheiros. O clima era leve e descontraído, especialmente com a euforia evidente de Isla, que mal conseguia esconder a alegria de ter encontrado seu companheiro na noite anterior. Lucian, Selena, Celeste, Rylan, Caden, Lívia, Helena, Kael, Luke e Lucy estavam reunidos saboreando o farto café da manhã preparado pela equipe da cozinha. Havia frutas frescas, pães, bolos, queijos e uma variedade de sucos e chás. A criançada corria em volta da mesa enquanto os adultos trocavam sorrisos e piadas. — Então, Kael — perguntou Celeste com um sorriso curioso nos lábios — onde você estava esse tempo todo? Nunca ouvimos muito sobre você. — E por que só apareceu agora? — completou Selena, arqueando uma sobrancelha em tom de brincadeira. Kael sorriu, encostando-se na cadeira com um ar relaxado. — Até o ano passado eu
O salão principal ainda vibrava com a energia do baile dos companheiros. Alguns pares dançavam com mais calma, os risos se tornaram mais suaves e os músicos tocavam melodias envolventes e serenas, como se embalassem os novos vínculos formados sob a benção da Deusa.Porém, nem todos os laços inspiravam confiança. Selena observava, com uma taça de vinho na mão, a filha de Maedra circular pelo salão com um olhar afiado. Era evidente que a jovem procurava algo. Ou alguém.Lucian se aproximou e tomou sua mão livre, apertando suavemente seus dedos. — Ela está caçando, — ele disse em tom baixo. — E infelizmente, a Deusa parece ter feito uma escolha cruel esta noite.Selena franziu a testa. — O companheiro dela está aqui?Lucian assentiu, o semblante tenso. — E ele é filho de um dos anciãos do conselho. Damon, o mais influente representante da Matilha da Pedra Alta. O filho dele, Caelan, é um guerreiro respeitado, mas... impulsivo.Selena encarou a figura alta e imponente de Caelan ao fundo d
O salão principal estava em êxtase. As luzes dançavam pelos cristais, o dourado das colunas refletia o brilho das velas flutuantes, e a música preenchia cada canto do ambiente. Casais giravam pelo chão de mármore como se a noite não tivesse fim. Risos ecoavam e sorrisos iluminavam os rostos daqueles que encontravam seus companheiros pela primeira vez — um verdadeiro presente da Deusa da Lua.Isla caminhava entre os convidados com passos leves, os olhos atentos a cada lobo presente, mesmo que tentasse disfarçar. Ainda que sua expressão fosse serena, seu coração batia com força no peito. A expectativa daquele momento a deixava em alerta, como se algo dentro de si soubesse que tudo estava prestes a mudar.Ela parou ao lado da mãe, Luna Helena, que observava a filha mais nova com carinho. — Está nervosa? — Helena perguntou, tocando levemente o braço da filha.— Um pouco... — Isla admitiu, sorrindo de lado. — Eu sei que o que tiver de ser, será. Mas é impossíve